Desporto e Formação
CONVÍVIO FUTEBOLÍSTICO
VETERANOS do C. D. DE TORRES NOVAS 6 – NÚCLEO D. dos BOMBEIROS TORREJANOS 0
Quando a veterania foi uma mais valia
Aconteceu no passado dia 22 de Fevereiro, no Estádio Manuel Galrinho Bento, na Golegã, uma especial jornada de convívio futebolístico, entre a equipa de veteranos do Clube Desportivo de Torres Novas e a equipa do Núcleo Desportivo dos Bombeiros Torrejanos.
Em termos futebolísticos o encontro supunha-se complicado, particularmente pela vertente física das duas equipas, uma vez que a equipa dos Bombeiros Torrejanos se afirmava pela juventude dos seus elementos, em contraste com a equipa “amarela”, vincadamente veterana.
Porém essa veterania em termos técnicos e táticos cedo se viria a declarar como uma mais-valia para a equipa do Clube Desportivo de Torres Novas, permitindo pela experiência futebolística dos seus elementos a apresentação de um futebol mais elaborado, dominador e de qualidade superior à da jovem equipa do Núcleo Desportivo dos Bombeiros Torrejanos.
Assim, logo aos 5 minutos de jogo essa perspetiva se concretizava na obtenção do primeiro golo para os veteranos do C. D. de Torres Novas. Canto assinalado a favorecer a equipa “amarela” do lado esquerdo do seu ataque. José Carlos na conversão fá-lo com o pé direito, com um pontapé em arco, de belo efeito, levando a bola a entrar diretamente na baliza à guarda de Luís Rodrigues (o guarda ao quartel estava um pouco desatento e permitiu a violação do seu espaço). Estava assim inaugurado o marcador e para as cores “amarelas” do C. D. de Torres Novas.
Reagiram de imediato e solidariamente os “soldados da paz” à violação do seu “quartel”, procurando suster nova intenção dos “violadores” e tentando em contragolpe acercar-se da baliza dos veteranos torrejanos. Porém, a boa organização defensiva “amarela” punha cobro às tentativas dos bombeiros em chegarem ao golo.
Os veteranos do C. D. de Torres Novas começaram a ter o domínio do jogo, começando o seu futebol a “pegar fogo” ao encontro, denotando-se alguma dificuldade dos bombeiros em extinguir todas as frentes.
Deste modo, aconteceu aos 10 minutos nova remetida ofensiva dos veteranos torrejanos à área contrária. Felisberto, desmarcado sobre o flanco esquerdo junto à linha limite da área dos bombeiros, cruza para a zona do segundo poste da baliza de Luís Rodrigues. Este tenta intercetar o esférico mas falha o momento de salto, deixando que a bola o sobrevoe, aparecendo o avançado dos veteranos torrejanos, José Carlos, a fazer o 2-0 para o Clube Desportivo de Torres Novas.
O “fogo posto” alastrava, a juventude e a menor capacidade de intervenção dos bombeiros era notória, “os meios de combate ao incêndio” não resultavam e o “incêndio tomava grandes proporções”.
Agravava-se de novo aos 20 minutos de jogo, com um acrescentar de combustível por parte do veterano “amarelo” Casquilha. Passe de Felisberto a desmarcar o avançado torrejano na grande-área dos bombeiros, este a driblar um defensor contrário e só perante Luís Rodrigues a desviar para o fundo da baliza, fazendo assim o 3-0 para os veteranos do Clube Desportivo de Torres Novas.
Tentavam os bombeiros torrejanos minorar os efeitos do “incêndio amarelo”, usavam todos os meios de combate ao dispor para o extinguir, mas estes nem sempre eram os mais aconselháveis.
Fruto de algum “desnorte” causado pelo “avançar do incêndio”, Pedro Guia, defesa dos bombeiros torrejanos, dentro da sua área e para “evitar mais propagação”, intercepta o esférico com a mão, “quando podia ter usado outro meio de combate”, tendo o juiz árbitro, “comandante das forças”, assinalado de pronto a grande penalidade. Paulo Faria, escolhido para a conversão, não perde a oportunidade de “lançar mais uma acha para a fogueira”, estriando-se a marcar pelos veteranos do Clube Desportivo de Torres Novas e fazendo o 4-0 para a equipa “amarela”.
Pouco depois acontecia o final da primeira parte do encontro e o tão desejado intervalo.
Este permitiria o repor de alguns meios, já escassos, pelo desgaste no “combate às chamas” durante todo o primeiro tempo por parte dos bombeiros torrejanos, servindo igualmente para apaziguar os “ânimos destruidores” dos veteranos “amarelos” de modo a permitirem uma segunda parte menos devastadora.
As estratégias discutidas ao intervalo e a sua aplicação em campo resultariam de algum modo, ainda que alguns “reacendimentos” acontecessem durante a segunda parte do encontro.
Aos 10 minutos aconteceu o “primeiro”. Aproveitando algum adiantamento na procura do golo da equipa dos bombeiros, os veteranos torrejanos apostavam um pouco mais no contra-ataque e usando esta estratégia chegariam aos 5-0. Jogada rápida de contra-ataque pelo flanco esquerdo, Aires lançado em profundidade a ganhar em velocidade e em drible aos defesas opositores e, já dentro da área, a rematar com êxito para o fundo da baliza de Luís Rodrigues.
Aos 15 minutos aconteceu o “segundo”. Jogada em quase tudo idêntica à do quinto golo, com Aires de novo a ser solicitado pelo flanco esquerdo do ataque “amarelo”, a ganhar em velocidade aos antagonistas e a rematar com êxito, fazendo o 6-0, fechando a contagem e acabando assim com os “reacendimentos”.
Estava assim feito o resultado final deste convívio futebolístico entre equipas muito diferentes, onde o conhecimento adquirido ao longo de muitos anos de prática pela “veterania amarela”, tanto no âmbito técnico como no tático, resultou numa mais-valia para os veteranos do C. D. de Torres Novas, permitindo-lhes superar a força da juventude e também a muito menor experiência desta simpática equipa do Núcleo Desportivo dos Bombeiros Torrejanos.
Seguiu-se o tão desejado convívio à mesa, que decorreu no Restaurante Nersant, onde se viveram momentos de grande alegria, boa disposição e bonita camaradagem.
À mesa não houve vencedores nem vencidos, todos os elementos se bateram igualmente com grande galhardia, todos os focos de incêndio, “sobretudo nas gargantas” foram de imediato solidariamente atacados e, todos os “meios de combate à sede e à fome” foram postos ao serviço de todos, sem olhar às cores das camisolas.
O convívio terminaria com os discursos de ocasião e a troca de lembranças entre as equipas do Clube Desportivo de Torres Novas e do Núcleo Desportivo dos Bombeiros Torrejanos, representadas neste ato respetivamente pelo veterano Fragata e pelo bombeiro Bruno Pereira.
As equipas alinharam:
Clube Desportivo de Torres Novas – Rufino, José Jesus, Martinho, João Oliveira, Pedro Ferreira, Felisberto, Fragata, António Pedro, Paulo Faria, Casquilha, José Carlos, Aires e Cruz Lopes.
Zeca esteve presente mas não participou no jogo.
Treinador: João Oliveira
Bombeiros Torrejanos – Luís Rodrigues, José Daniel, César Ferreira, Pedro Marques, Pedro Guia, João Gouveia, Paulo Freitas, Ruben Bretes, Bruno Pereira, Flávio Pereira, Ricardo Jorge, João Ribeiro, Diogo Afonso, Nelson Abreu e Artur Alexandre.
Treinadores: João Ribeiro
Arbitragem: Francisco Sequeira, auxiliado por veteranos e um bombeiro